A Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, vai lançar dia 08 em Bom Jesus da Lapa, o BRS-Platina, uma variedade de bananeira do tipo prata resistente a 2 das principais doenças desta fruta: a sigatoka-amarela e mal-do-panamá.
O desenvolvimento da nova variedade tem como objetivo prevenir um possível dizimação da espécie, tal qual ocorreu com a banana-maça. Popular na década de 1950 e 1960, a presença da banana-maça no mercado foi reduzido devido as doenças, em especial ao mal-do-panamá.
Atualmente, a variedade representa apenas 1% da área de cultivo da banana no país. A Banana-prata corresponde a 60 % da produção brasileira. Mas sua predominância no mercado está ameaçada pela dificuldade de controle das pragas.
Atacando a planta pelo solo, o mal-do-panamá pode representar uma queda de até 15% na produção. Já a sigatoka-amarela é programada pelo ar e pode resultar numa redução da ordem de 50%. Enquanto a primeira doença mata a planta a segunda reduz a qualidade dos frutos.
“Há fungicidas que ajudam a lidar com sigatoka. Mas o mal-do-panamá é mais difícil de controlar, pode ataca pelo solo. As soluções usadas são paliativas”, explica o fitologista da Embrapa Zilton Cordeiro.
Mesmo com o uso de fungicidas, a sigatoka costuma torna-se mais resistente aos defensivos. Na América central, tradicional exportadora da fruta, os produtos estão com dificuldades em controlar a sigatoka-negra, espécie mais agressiva da praga.
“Lá os produtores fazem 60 aplicações de fungicidas por ano. Aqui no Brasil, nas regiões que já tem a sigatoka-negra aplica-se o fungicida 10 vezes ao ano”, relata Zilton Cordeiro.
Testes
A BRS-Platina é uma variedade obtida do cruzamento da banana-prata-anã com o M53, material do banco de germoplasma da Embrapa.
A variedade é similar a prata em forma, tamanho e sabor, mas é consumida com a casca um pouco mais verde, a semelhança das variedades do subgrupo Cavendish (banana-d’água). E deve colhida com o mesmo manejo adotado por esta variedade.
A platina foi desenvolvida em parceria com Embrapa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Minas Gerais (Epamig) e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (Ifbaiano) de Guanambi. A variedade vem sendo testada com consumidores há 1 ano.
As mudas da platina está sendo produzidas pela Biofábrica Muitiplanta, em Andradas Minas Gerais. Nessa etapa inicial foram encomendadas pela Embrapa 40 mil mudas, que serão distribuídas no polo de Bom Jesus da Lapa do Litoral do Rio Grande do Sul e no interior de Minas Gerais.
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