terça-feira, 8 de maio de 2012

ENDOCRINOLOGISTA APONTA FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES DO DIABETES

A duração da doença, controle precário da glicemia, hipertensão, tabagismo, gravidez, alcoolismo, obesidade e dislipidemias (taxas elevadas de colesterol e triglicérides) são os principais fatores de risco para as complicações crônicas do diabetes mellitus. Esse foi o destaque feito pela coordenadora de Planejamento do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), endocrinologista Odelisa Matos, na sessão cientifica sobre “As Complicações do Diabetes” realizada nesta terça-feira (8) pelo centro, por meio da Coordenação de Educação.

A sessão foi voltada para profissionais de saúde, e aconteceu no auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto (CAS). Odelisa Matos explicou que complicações crônicas são lesões causadas em outros órgãos ou sistemas do organismo em decorrência do diabetes.

De acordo com Odelisa, os órgãos mais afetados são o cérebro, o coração, os rins e membros inferiores. Manter a glicemia sob controle – observou a endocrinologista – é muito importante. Segundo ela, estudos mostram que esse cuidado reduz em 76% o risco de retinopatia, 60% de neuropatia; 54% da albuminúria e 39% da microalbuminúria.
Educação
Na opinião da coordenadora Odelisa, a educação do paciente é fundamental para que haja redução dos fatores de risco das complicações do diabetes, observando que ele precisa participar ativamente do processo, partilhando o saber. O importante é a maneira de passar a informação. Não basta dizer ao paciente que precisa ter cuidado com os pés, porque se elee já nem tem flexibilidade para fazer a verificação, deve ser orientado a pedir a alguém da família para fazer isso.

Na sessão cientifica desta terça-feira (8) – acontece sempre na primeira terça-feira de cada mês – a coordenadora de Educação em Diabetes do Cedeba, Maria das Graças Velanes, apresentou estatísticas sobre mortalidade no Brasil e na Bahia. Segundo ela, entre 2007 a 2009, as mortes por doenças circulatórias no Brasil representaram 30% e as doenças endócrinas e nutricionais, 5%. Explicou, porém, que no primeiro grupo estão pessoas em que as doenças circulatórias foram conseqüência do diabetes.
Redução de AVC
Na Bahia, no ano passado, houve pequena redução da taxa de Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 30 a 59 anos, uma das principais complicações do diabetes. A taxa que subiu de 6,5 em 2009 para 6,6 em 2010, caiu para 6,3% em 2011. Maria das Graças Velanes enfatizou a responsabilidade dos profissionais de saúde de abastecer os bancos de dados com informações precisas. Também complementou que é fundamental acessar os indicadores de saúde disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

A coordenadora apresentou ainda dados da Feira de Saúde, realizada no Dique do Tororó, pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e Associação de Prevenção e Combate ao Diabetes, de Dias D’Ávila, com o apoio do Cedeba, para marcar o Dia Internacional da Mulher. Participaram 108 pessoas (83 mulheres e 25 homens), e desse total, 59 foram rastreadas. As 49 restantes não participaram do rastreamento porque já eram diabéticos.

Os participantes foram avaliados segundo o risco para diabetes. Dos 59 rastreados, cinco foram classificados como de baixo risco: 32, risco moderado e 22, alto risco. Maria das Graças Velanes destacou a importância de trabalhos em espaços abertos, porque contribuem para o fortalecimento da educação em saúde. A tesoureira da Associação de Prevenção e Combate ao Diabetes de Dias D’Ávila, Lídia Maria Alves de Almeida, agradeceu o apoio do Cedeba, por meio da Coordenação de Educação, enfatizando que apesar das dificuldades, “estamos trabalhando com muita vontade”.

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