terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dilma e Obama participam do funeral de Mandela e pedem que mundo trabalhe com legado

A presidente Dilma Rousseff e o presidente americano Barack Obama foram os primeiros a chefes de Estado a prestar homenagens ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, na manhã desta terça-feira 910). Mandela morreu na última quinta-feira (5) e está sendo velado desde 11h (7h no horário de Brasília), no Estádio Soccer City, palco da final da Copa do Mundo de 2010 em Joanesburgo. O estádio tem capacidade para cerca de 80 mil pessoas. 

O funeral de Mandela reuniu o maior número de chefes de Estado da história, com mais de 90 chefes de Estado confirmados. Até então, o recorde atual registrado foi no funeral do papa João Paulo II, em 2005, com a presença das autoridades máximas de 70 países. Em seu discurso, Obama disse que Nelson Mandela conquistou seu lugar na história por meio da luta, da astúcia, da persistência e da fé. Segundo o Estadão Conteúdo, o presidente americano também elogiou o ex-presidente e o comparou a Mandela a Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln.

Ele pediu ainda que o mundo trabalhe com o legado de Mandela para lutar contra a desigualdade, a pobreza e o racismo. Obama também chamou Mandela de o último grande libertador do século 21.Já a presidente Dilma Rousseff disse que Mandela foi uma “personalidade maior do século 20”. “Ele conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano na história contemporânea, o fim do apartheid na África do Sul”, declarou Dilma.

O discurso de Dilma durou aproximadamente 10 minutos e foi feito todo em português. Segundo a Folha de S. Paulo, apesar da tradução ter sido simultânea para o inglês, o áudio estava muito baixo, tornando impossível a compreensão de quem estava nas áreas superiores do estádio - local onde se concentrava a maior parte do público que não se interessou pelo discurso. Por conta disso, muitos aproveitaram o horário do almoço para sair dos assentos e buscar comida.

Mesmo sem muito público, Dilma continuou seu discurso falando que o apartheid foi “a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política de que se tem notícia nos tempos modernos” e que “o combate de Mandela transformou-se em um paradigma não só para esse continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça e pela igualdade”. Dilma foi a representante da América do Sul e integrante dos Brics, bloco que reúne Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul, escolhida para discursar no funeral. Também discursaram representantes dos governos indiano e chinês.

Ainda de acordo com a Folha, Dilma só conseguiu provocar alguma reação da plateia ao finalizar o discurso gritando “Viva, Mandela!”. Mas o contraste com o discurso anterior, o do presidente Barack Obama, que paralisou o estádio, foi enorme. Antes de finalizar o discurso, Dilma, que também lutou contra a ditadura militar no Brasil, lembrou das lutas de Mandela “Madiba constitui exemplo e referência para todos nós, pela estoica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento, pelo profundo compromisso com a justiça e a paz e, sobretudo, por sua superioridade moral e ética”, declarou. 

Ao final da homenagem, Dilma recebeu um beijo do presidente americano Obama, que aproveitou para apertar as mãos do cubano Raúl Castro.

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