quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Movimentos sociais publicam manifesto com críticas ao agronegócio

Por Zé Carlos Borges
(Foto assessoria Contag - divulgação)

Entidades também criticam latifúndios e commodities


Mais de 100 dirigentes de movimentos sociais, federações e confederações de trabalhadores do campo, como a Via Campesina, a Contag e Fetraf se reuniram nestes dias 27 e 28 de fevereiro e deliberaram pela construção e realização de um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis.
Um ato político realizado na Câmara dos Deputados tornou público os posicionamentos das entidades. “Este é um momento histórico, um espaço qualificado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo por outras entidades e movimentos sociais, setores do governo, parlamentares, personalidades e sociedade em geral, uma vez que a agenda que nos une é de interesse de todos e todas”, diz o manifesto.
Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), presente no ato político, é preciso parabenizar este processo de construção de unidade entre as organizações do campo, principalmente no cinquentenário do assassinato de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas. “Só a unidade do povo no campo é capaz de se contrapor a atual situação agrária. É a luta pela reforma agrária, pelo território indígena e quilombola”, disse.
Manifesto
As entidades criticam o agronegócio e o modelo de produção de commodities agrícolas baseado em latifúndios, na expulsão das famílias do campo e nos agrotóxicos.
“O agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais”, afirmam.
O documento é assinado pelo MST, Via Campesina, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), entre outras entidades que prometem lutas unificadas durante o próximo período.

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