No próximo dia 27 de julho, amanhã, é comemorado o Dia do Pediatra, profissional responsável por cuidar da saúde das crianças e, importante também, para a missão do Hospital Dom Malan/IMIP, Unidade de Saúde Materno/Infantil em Petrolina (PE). Em memória da data, a pediatra, Flávia Helena Guimarães, conta sua história, experiências e fala do prazer de exercer a medicina em benefício das crianças.
Médica há 30 anos e pediatra do HDM há 23, Flávia Helena Guimarães, é coordenadora e fundadora do Banco de Leite Humano (BIAMA) em 1995. É responsável pela iniciativa Hospital Amigo da Criança, título que o HDM possui há 19 anos. E também é médica evolucionista do Alojamento Canguru e plantonista da Sala de Parto.
Confira abaixo entrevista:
Por que você decidiu ser pediatra?
"Porque é a área da medicina que mais me encanta, visto que sempre gostei de crianças. Acredito que as crianças necessitam de uma assistência global, pois a pediatria é a medicina da pessoa no vulnerável período de crescimento e desenvolvimento, quando ela se estrutura para a vida social".
O que é ser pediatra?
"Para mim sempre foi o meu sonho desde a juventude. No inicio passei pelo sofrimento de enfrentar as agruras da nossa profissão, ficava triste com o sofrimento das crianças e não tinha ainda a maturidade que a pediatria nos dá. A medicina para ser bem feita tem que ter o cunho de sacerdócio, ela é ciência e arte, mas o que faz a diferença é quando você encara também como um sacerdócio, foi assim que ela nasceu na nas antigas civilizações".
Para você, o que é trabalhar no HDM?
"Construí no Dom Malan um vínculo muito forte pelo serviço, realizando um trabalho dedicado voltado para os pacientes deste hospital, sempre foi o que gostei de fazer. Juntos com outros colegas, também iniciamos programas voltados para a humanização das práticas de saúde, pautados no compromisso e na ética profissional. No decorrer do tempo, o HDM passou a ser a nossa casa.
O nosso maior compromisso era com o pequeno paciente, enfrentamos muitas dificuldades inerentes ao serviço público, mas sempre conseguimos fazer a diferença, pois o nosso compromisso é honrar o juramento que um dia fizemos e acredito que conseguimos ser o diferencial".
Qual a sua realização em cuidar de crianças?
"A realização é o prazer do dever cumprido e o gosto do que se faz que supera todas as outras dificuldades, sejam financeiras, comerciais e administrativas. É o prazer de, se muitas vezes não curar, pois não somos deuses, mas aliviar o sofrimento humano. Enfim, é de termos a oportunidade de contribuirmos a cada dia e podermos ajudar a minimizar o sofrimento das crianças com o compromisso, com o nosso trabalho sem outros interesses que possam prejudicá-lo".
Que conselho você dá para os novos pediatras que estão se formando?
"Primeiro que a escolha seja feita pelo prazer de exercer a medicina com as crianças e suas famílias. Que entendam a fragilidade dos pais, a sua insegurança ao ver o filho doente, que procurem se colocar no lugar do outro, praticar o aconselhamento, exercer a compaixão, tudo isso atrelado a muito estudo, pois precisam estudar muito. Que sempre sejam humildes, aprendendo com os mestres, e também com os outros membros da equipe médica. Que tenham muito compromisso com a dor de cada doente, independente de seu poder aquisitivo e condição social.
E, sobretudo, que ouçam muito.... Desenvolver a capacidade de ouvir e a paciência são habilidades inerentes ao médico que se especializa com as crianças. O nosso pequeno paciente é vulnerável, dai a necessidade de se ter um caráter vigilante. As crianças, mais do que os adultos, necessitam do pediatra, desvelo terapêutico e, sobretudo, gentileza e doçura no seu trato".
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