Antioxidante, auxiliar de funções neurais e vasculares e rico em vitamina C, fibras e sais minerais. Com argumentos como esses, os produtores de suco de uva integral estão convencendo os brasileiros a consumirem mais esse produto. Somente no ano passado, a produção aumentou 43,6% na Serra Gaúcha, principal polo produtor do País. No Vale do São Francisco, do qual Petrolina faz parte, o volume pode triplicar nos próximos anos.
Atualmente, o suco de uva integral é o segundo derivado de uva mais vendido no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) do Rio Grande do Sul, que representa cerca de 90% da produção brasileira de derivados de uva, mostra que foram cerca de 72 milhões de litros de suco integral no mercado no ano passado, quase quatro vezes mais do volume de vinhos finos (20 milhões) e mais de cinco vezes a de espumantes (15,8 milhões). Há, ainda seis milhões de litros de outros tipos de sucos, como os reconstituídos, vendidos para indústrias. Os dados são da Serra Gaúcha, mas no Vale do São Francisco os produtores também estão atentos.
De acordo com o Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinho Vasf), a produção é recente e ainda tímida, de 300 mil litros registrados em 2013. “Em três anos, temos condições de alcançar o volume de um milhão de litros”, comenta o presidente da entidade, José Gualberto Almeida. Ele explica que o investimento é complementar, porque a fase inicial da fabricação é a mesma para vinhos e sucos, em que a uva é recebida e prensada.
Na vinícola dele, a Botticelli, serão aplicados R$ 1,2 milhão este ano para ampliar a capacidade de produção para um milhão de litros anuais. Hoje, a empresa faz 100 mil litros por ano, o que demonstra a confiança na ampliação do mercado. Almeida explica que o interesse pelo suco é crescente e o Vale do São Francisco tem uma grande vantagem competitiva em relação à Região Sul: o controle da safra.
Com as condições climáticas do sertão unidas à irrigação, o Vale consegue ter duas colheitas anuais, enquanto no Sul só há uma. “Assim temos um produto sempre jovem”, comenta, referindo-se ao prazo de validade relativamente curto do suco de uva integral, especialmente o sem conservantes, que é de dois anos – isso aumenta a capacidade de estoque de quem tem mais colheitas. “Nosso grande desafio é o marketing e a distribuição, a logística”, avalia. Ele revela que estão previstas ações de divulgação para públicos especializados em Pernambuco, nos próximos meses.
Os números mostram um mercado promissor no Brasil. Segundo o Ibravin, a oferta de sucos de uva integrais prontos para o consumo explodiu na última década. No RS, em 2001, eram 12,1 milhões de litros. No ano passado, foram 72 milhões. Enquanto isso, o volume de sucos de uva reprocessados ou reconstituídos, para a indústria, assim como os adoçados prontos para o consumo, caíram de participação: juntos, não passam dos quatro milhões de litros.
Vantagens
O Ibravin criou o movimento ‘Suco de Uva do Brasil 100%’, para propagar as vantagens do suco de uva integral para uma vida saudável, incluindo crianças e atletas. A ação visa a fortalecer o produto e incluir novos consumidores na cadeia produtiva da uva. Muitas vinícolas, mesmo as pequenas familiares da Serra Gaúcha, como a Cristofoli, estão começando a se interessar pelo produto. Outras grandes companhias como a Salton, colhem os resultados de investimentos no fim dos anos 90. O suco de uva integral não chega a representar nem 10% do faturamento da empresa, mas o crescimento é vertiginoso. No ano passado, a companhia teve alta de 40%, vendendo 1,7 milhões de litros, nas versões integral, de 500ml e 1 litro, e orgânico.
Fonte: JC Online/foto reprodução
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