quinta-feira, 29 de novembro de 2012

CODEVASF FINANCIA ESTUDO DE 70 NOVAS VARIEDADES DE UVA

A viticultura no Vale do São Francisco foi estabelecida por volta da metade do século 19, quando se restringiam ainda a pomares domésticos. Entretanto, em 1965, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, SUDENE, instalou um campo experimental para que uma coleção de cultivares de videiras fosse estudada na região. Graças a esse trabalho, em 1970 começaram a ser implantados os primeiros parreirais comerciais do Vale, o que, anos depois, viria a transformar a região em um dos locais de maior destaque na fruticultura nacional. Hoje, mais de 30 anos depois, a produção de uva atravessa um momento difícil no Vale. Nos últimos oito anos o preço dos insumos subiu cerca de 240 %, a mão de obra teve um acréscimo de 100 % e o Dólar teve uma grande queda. O quilo da uva que antes era exportado por US$ 3, hoje custa menos de US$ 2.

Pensando em todos esses acontecimentos, um grupo de produtores foi até o Ministério da Integração Nacional solicitar ações do Governo Federal no sentido de evitar maiores prejuízos para a economia do Vale. Ciente desses fatos, o Ministério da Integração agiu através da Codevasf, que firmou em dezembro de 2011 um convênio com a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco e implantou em Juazeiro – BA uma área experimental para avaliar 68 novas cultivares de uva sem semente e duas novas cultivares com semente. Hoje, quase um ano após a instalação da área, já se tem importantes resultados.

“Nós já podemos perceber que por volta de nove variedades têm tido bons resultados. Dessas, quatro têm tido resultados excelentes. Temos, por exemplo, uva sem semente que vem demonstrando ser tolerante a chuva. Isso será de um ganho enorme, pois poderemos ter duas safras por ano. Normalmente produzimos apenas uma, já que os produtores têm receio de fazer uma segunda produção e perdê-la por conta das chuvas. Com essa nova variedade isso não vai mais ocorrer”, informou o superintendente regional da Codevasf em Pernambuco, Luiz Manoel. O projeto da Codevasf e da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, tem um investimento de quase R$ 3 milhões e conta com a participação da Embrapa semiárido, Universidade do Estado da Bahia e empresas parceiras.

Osnan, além da tolerância a chuvas, as novas cultivares já estão mostrando outros bons resultados. “Temos visto que algumas dessas variedades estão tendo uma produção maior que as que conhecemos. Além disso, algumas delas estão tendo uma diminuição dos insumos e da mão de obra”, conta Osnan Ferreira, engenheiro da Codevasf que acompanha o projeto. Os resultados finais devem sair ao término do convênio, no final de 2015. Até lá, ainda serão realizadas análises no Instituto Tecnológico de Pernambuco, ITEP, que irá verificar o brix (quantidade de açucares), a resistência e o resíduo de agrotóxicos nas frutas. Além disso, consultores nacionais e internacionais de produção e de mercado farão analises das novas cultivares. Assim se poderá saber qual a aceitação dessas variedades no mercado internacional.

Ascom Codevasf

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