Hoje, dificilmente, alguém no Brasil pode defender que bolo precisa crescer para ser repartido depois (Foto: Roberto Stuckert)
Em cerimônia de comemoração dos 1 milhão e meio de beneficiados pelo Plano Brasil sem Miséria no Rio, presidenta disse que país conseguiu combinar crescimento rápido com justiça social
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira(26) que o crescimento econômico do Brasil é compartilhado por toda a população. Em seu discurso na cerimônia de comemoração dos 1 milhão e meio de beneficiados pelo Plano Brasil sem Miséria no Rio de Janeiro, ela apontou que o país conseguiu combinar crescimento rápido com uma política de justiça social. Nesse sentido, avalia que os números alcançados pelos programas sociais do governo deveriam ser levados em conta nas avaliações sobre o avanço do país, e não só para a medição do Produto Interno Bruto (PIB). “Hoje, dificilmente, alguém no Brasil pode defender que o bolo precisa crescer para ser repartido depois”, disse Dilma, em referência a uma frase famosa do economista Delfim Netto, ministro da Fazenda (1967-1974) e Planejamento (1979-1985) de governos militares.
No evento no Rio de Janeiro, ao lado do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, ela ressaltou seu compromisso com “o crescimento do Brasil medido, não pelo PIB, mas pelo desenvolvimento humano. Medido não pelo PIB, mas pela capacidade da nossa população”. Para a presidenta, os programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, melhoraram as condições sociais, fornecendo à população menos favorecida economicamente moradia, acesso à saúde e, a 1 milhão e meio de fluminenses, uma renda mínima de R$ 100.
Dilma comentou a afirmação do economista indiano Amartya Sen, criador do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e prêmio Nobel da Economia. Presente no Brasil para o ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento, Sen afirmou que a nova posição do Brasil no cenário global deve-se ao reconhecimento da complementaridade entre crescimento rápido e política de justiça social. Para a presidenta, o Brasil caminha em direção contrária às potências europeias, que, em crise, têm visto um aumento na desigualdade social, permitindo aqui maior distribuição de renda.
O papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na compreensão de que o Estado deve amparar financeiramente famílias que vivem abaixo do limiar da pobreza foi lembrado pela presidenta. Lula, de acordo com ela, teria também sido o responsável pela importância que a mãe teve nos programas sociais. “Eu sou testemunha que ele insistiu que quem tinha de receber o Bolsa Família eram as mães. E as mães recebe porque são as responsáveis pela família”, comentou a presidenta.
O Plano Brasil sem Miséria avançou no Rio por conta da integração dos programas Bolsa Família, do governo federal, e Renda Melhor e Cartão Família Carioca do governo do estado e da prefeitura do Rio de Janeiro, respectivamente.
Renda Melhor foi um programa elaborado pelo governo de Cabral, que complementa a assistência a famílias atendidas pelo Bolsa Família. Os benefícios variam de R$ 30 a R$ 300, de acordo com a condição de vida de cada família. O Cartão Família Carioca, criado pela prefeito Eduardo Paes, utiliza o mesmo sistema cadastral do Bolsa Família. Com estimativa de retirar 440 mil pessoas da linha da pobreza, beneficia as famílias com R$ 70 em média.
A presidenta destacou o vínculo com Cabral e Paes. Em março, Dilma visitou a capital carioca e participou, com eles, da inauguração de uma clínica de saúde que comemorava a marca de 2 milhões de atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e visitou as obras do Transcarioca, sistema de transporte de corredores de ônibus. “Eu concluo agradecendo ao Sérgio Cabral, agradecendo ao Eduardo Paes por uma das melhores relações de parceria que o governo federal construiu nos últimos anos”, destacou Dilma.
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