Uma aventura sobre duas rodas da nascente do São Francisco, na Serra da Canastra em Minas Gerais, até a foz do rio, na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe. Essa é a proposta de um grupo de quatro ciclistas de Brasília (DF) que planeja uma expedição de bike para conhecer de perto as comunidades ribeirinhas do Velho Chico. Serão percorridos 2,6 mil quilômetros, em 42 dias. O desafio será dividido em duas etapas: a primeira em 2015 e a segunda no ano seguinte.
“O objetivo é acompanhar o rio o mais próximo da sua margem evitando as rodovias, a fim de conviver com a comunidade ribeirinha”, explica Regis Benes, um dos ciclistas integrantes do grupo. Segundo ele, a ideia de fazer essa viagem veio após a realização de algumas aventuras de cicloturismo, como o caminho de Compostela, na Espanha; Patagônia, na Argentina, e alguns pontos tradicionais no Brasil. “Resolvemos então fazer esse desafio que é percorrer o nosso maior rio da sua nascente até a foz”, enfatiza.
Em virtude da extensão a ser percorrida, o grupo fará a expedição em duas fases: a primeira em 2015, será de 20 dias, num total de 1.328 km, fazendo em média 68 km por dia; e a segunda em 2016, num total de 1.300 km, em 22 dias, numa média de 59 km por dia. “Optamos por essa divisão em virtude dos participantes terem compromissos profissionais. Eles vão usar o período de férias para participarem desse desafio. Além dos dias de pedal ainda tem os dias de deslocamento”, esclarece Benes. O roteiro inclui cidades que margeiam o Velho Chico, o mais próximo possível, como São Roque de Minas (MG), Bom Jesus da Lapa e Ibotirama (BA), Canindé do São Francisco (SE) e Penedo (AL).
Diante do desafio que espera o grupo, as providências para a viagem já começaram a ser tomadas para que a aventura seja bem-sucedida. “A grande dificuldade é que precisamos de um carro de apoio em virtude de que iremos nos deparar com cidades ribeirinhas com pouca ou nenhuma infraestrutura. Nesse caso, o carro será uma base onde os participantes poderão fazer uma refeição balanceada que é essencial para repor o desgaste diário, por isso estamos buscando apoio junto a iniciativa privada”, ressalta Benes.
Outros desafios
Em virtude da falta de estrutura das cidades ribeirinhas, os ciclistas contarão com o apoio de um motorista e um coordenador de logística. Além desses, o grupo terá também a participação de um palestrante que terá um trabalho especial. “Nessas viagens de cicloturismo nos deparamos com municípios totalmente carentes. Estamos cientes de que não será diferente nessas cidades. Em decorrência dessa necessidade estamos incluindo no desafio um palestrante que vai desenvolver um trabalho social voltado para as crianças e jovens com foco no enfrentamento ao abuso sexual, prevenção ao uso de drogas, higiene bucal e a questão da mobilidade das pessoas através da bicicleta”, explica Benes.
O projeto da viagem está em fase de elaboração. Nele estão sendo definidos todos os detalhes, inclusive o plano de ação para o trabalho social que será realizado. “Dentro desse panorama qualquer ajuda é bem vinda. Esperamos chamar atenção para essas cidades ribeirinhas do São Francisco para questões sociais, seja através das redes sociais ou pela imprensa como um todo. Percebemos a pouca valorização dada ao maior rio do nosso país”, conclui o ciclista.
Para ajudar a divulgar o projeto foi montada uma página no Facebook. No local, o visitante poderá conhecer mais sobre a expedição. Os ciclistas também usarão a página da rede social para relatar o dia a dia da viagem, postar fotos, além de informar a altimetria do percurso e informações gerais que possam ser úteis a quem pratica o cicloturismo ou queira realizar o mesmo percurso numa mountain bike.
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