O governador Jaques Wagner (PT) e seus assessores receberam nessa quarta-feira (1/5), na Governadoria, representantes de 20 sindicatos para avaliar o que poderia ser reajustado, a fim de evitar uma greve que ofereça desgastes às relações, como ocorreu ano passado. Entretanto, apesar da habilidade do governador em assumir o diálogo, nos bastidores chamou a atenção a manutenção da forma ultrapassada de envios de projetos polêmicos para a Assembleia Legislativa.
A matéria foi encaminhada no final da noite da última terça-feira, véspera do feriado, para a Casa, numa estratégia de evitar maiores debates e confrontos no Parlamento. O fato é que a tática não adiantou e o requerimento de urgência para o projeto teve a votação suspensa, depois de vários protestos feitos na galeria da Casa por funcionários públicos. Deputados da oposição inflamaram nos discursos contra o percentual de aumento.
O chefe do poder Executivo baiano que decidiu assumir o comando do diálogo disse que está disposto a negociar com o funcionalismo um reajuste que seja “possível para o Estado e ao mesmo tempo confortável para os trabalhadores”.
Com o objetivo de acalmar os ânimos, Wagner lembrou que o governo tem cumprido com os acordos e buscado soluções para impasses com as classes trabalhadoras, além de ter viabilizado um aumento maior do que aqueles concedidos nos anos anteriores. Segundo ele, durante os seis anos dessa gestão estadual, todos tiveram um ganho real de 36% acima da inflação.
“Nós já demos muito ga-nho real no processo de evolução das carreiras. Mostrei na reunião que, ao longo de seis anos do governo, a média é 36% acima da inflação para todas as categorias. Aqui, estamos tratando do linear e creio que amanhã ou sexta-feira possamos bater o martelo”, prometeu. Os servidores apresentaram uma contraproposta de 5,84% que o governo irá estudar. Hoje eles devem fazer uma plenária às 9h e a sugestão de aumento será oficializada com a entrega de um documento à administração estadual às 16h, na Governadoria.
Conforme o líder do governo na Casa Legislativa, Zé Neto (PT), há dificuldades para a gestão, motivadas pela queda do Fundo de Participação dos Estados (FPE) em 19% e da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), nos últimos dois meses, mas o ambiente é de “esperança” para uma saída. A perspectiva é de que a urgência da matéria seja votada no dia 07.
A conversa com os sindicalistas foi defendida pelo presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, que reconheceu a importância da “transparência”, neste momento. Segundo ele, o diálogo é caminho para construir uma proposta que responda minimamente as necessidades dos servidores, sem sacrificar os investimentos prioritários na área social e na infraestrutura.
“A transparência, a solidariedade e a compreensão comum sempre foram os instrumentos da nossa ação política e são marcas da nossa presença no Governo, que não podem ser abandonados. A nossa experiência virtuosa de governo não pode prescindir da qualificação e remuneração digna dos agentes públicos, principais responsáveis por levar as nossas políticas até aos cidadãos”, destacou.
Tribuna
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