quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pais adotivos de crianças da Bahia relatam ameaças no interior de SP


Os pais adotivos de três das cinco crianças retiradas de uma família do interior da Bahia e entregues a moradores de Indaiatuba (SP) afirmaram ter recebido ameaças após a denúncia de suposto tráfico de pessoas tornar-se pública. O relato foi feito nesta quarta-feira (28), quando as três famílias do interior de SP envolvidas na denúncia concederam entrevista sem se identificar. A Justiça determinou a volta dos irmãos para os pais biológicos na terça-feira (27).
A denúncia foi feita no dia 14 de outubro, quando Silvânia e Gerôncio, moradores de Monte Santo (BA), relataram ter tido os filhos arrancados de dentro de casa por policiais que não deram nenhuma explicação, apenas afirmaram estar cumprindo uma determinação do juiz. Na ocasião da reportagem, pai, mãe e familiares falaram do sofrimento que têm passado sem saber do paradeiro das crianças.
A advogada que representa as famílias de SP, Lenora Panzetti, montou um dossiê com as ameaças, vindas de redes sociais e comentários em matérias publicadas na internet. Segundo a defensora, o caso está sendo apurado e alguns suspeitos já foram identificados. “As pessoas me param no trabalho e perguntam quanto eu paguei na minha filha”, relatou uma das mães, que não quis se identificar.
Coletiva em sala vedada
A defesa das três famílias convocou uma coletiva de imprensa, na Câmara Municipal de Indaiatuba nesta tarde, quando todos falaram juntos pela primeira vez. Os pais ficaram em uma sala vedada durante a coletiva para evitar o contato visual com as equipes de reportagem. Eles responderam as perguntas com um microfone, que permitia que a voz deles chegasse à sala da imprensa. Segundo Lenora, as crianças permanecem em Indaiatuba até que seja publicada a decisão judicial que determinou a volta das crianças para a Bahia.

Em entrevista nesta quarta-feira (28), uma das mães adotivas disse que as crianças eram maltratadas na Bahia. "Se você pegasse o processo, você diria que não existe juiz em sã consciência que devolva essas crianças [aos pais biológicos]. Porque lá eles [os pais] falam em bebedeira, eles falam que não trabalham, que trabalha dia sim, dia não por causa da bebida, que ela [ a mãe] sai de casa e demora dias para voltar.

'Sequestro', diz defesa

O advogado de defesa dos pais biológicos, Maurício Freire, negou todas as acusações da mãe adotiva. Segundo o defensor, as crianças eram “bem alimentadas e acarinhadas” pela família. “Isso não consta no processo e, para nós, é uma inverdade.
G1

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