sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Opostos se enfrentam pela presidência do Senado

Após meses de indefinição, sem candidatos oficiais, a corrida pela presidência do Senado chegou ao seu dia final com dois opostos disputando a principal cadeira da casa. De um lado, o senador considerado favorito pelos seus pares, Renan Calheiros (PMDB-AL), atualmente no terceiro mandato e envolvido em suspeitas e investigações. Do outro, Pedro Taques (PDT-MT), que está no primeiro mandato e foi procurador da República por 14 anos.

A eleição está marcada para as 10h. Para vencer, o candidato precisa ter pelo menos 41 votos do quórum presente. Isso é metade mais um do total de senadores em mandato. Caso nenhum dos dois atinja este número, haverá segundo turno. Depois, o novo presidente convoca uma sessão para eleger os outros membros da Mesa Diretora.

De certa maneira, a eleição no Senado coloca frente a frente investigado e investigador. Na sexta-feira (25), exatamente uma semana antes da eleição, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Renan no caso conhecido como das notas dos “bois de Alagoas”, derivado das suspeitas de que um lobista pagava a pensão e o aluguel de um apartamento a uma jornalista com quem o senador tem uma filha.

O mesmo episódio levou a Renan renunciar à presidência do Senado em 2007 para evitar a cassação do mandato. Ele está na Casa desde 1994. Foi reeleito em 2002 e 2010. Na última eleição que disputou, conseguiu 840.809 votos, sendo o segundo mais votado no estado. Gastou R$ 5.400.608,28, valor próximo dos R$ 6 milhões de teto declarado. O atual líder do PMDB obteve mais do que o dobro de votos da terceira colocada na disputa, a ex-senadora Heloisa Helena (Psol-AL).

Desde a redemocratização, Renan tem conseguido se manter no poder. Deputado federal por três mandatos antes de entrar no Senado, chegou a liderar a bancada governista durante o primeiro ano do governo de Fernando Collor de Mello, na época no PRN e hoje senador do PTB. Os dois foram adversários políticos em Alagoas, mas se uniram nas eleições presidenciais de 1989, a primeira com voto popular desde 1960. A relação política entre eles foi rompida ainda no governo Collor. Mas reatada anos mais tarde.

Com o fim do seu mandato de deputado federal em 1991, Renan ficou dois anos sem cargo público até ser eleito senador pelo PMDB em 1994. Confirmando a vocação para ser governista, foi indicado ministro da Justiça do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Permaneceu no cargo entre 1998 e 1999. Depois, foi substituído pelo advogado José Carlos Dias e voltou ao Senado, para onde foi reeleito em 2002.

Na época, por ser próximo a José Sarney (PMDB-AP), fez parte da dissidência peemedebista que se aproximou do então candidato petista à Presidência Lula. Foi subindo dentro da hierarquia da Casa até ser eleito presidente do Senado em 2005. Porém, com a revelação de que um lobista de uma empreteira pagava as despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, foi obrigado a renunciar ao cargo, ficando no ostracismo até assumir a liderança do PMDB em 2011.

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